Engraçado que uma vez recebi mensagens da minha mãe falando:
"Ei, boba, se tu tá mal aí, vem pra cá."
Mal sabia ela que o problema nunca foi o lugar. O problema sou eu, e não onde estive ou deixei de estar.
E foi numa dessas noites, pensando em ti, que eu escrevi:
Mágoas mal resolvidas são tão difíceis de curar.
Hoje eu sou a sentença do meu próprio eu: a morte, da qual nunca consegui escapar.
Tentar explicar como eu me sinto é pior que cerveja — eu nunca consegui gostar.
E eu, com meu egocentrismo, jurei pra mim mesma que nada seria capaz de me magoar.
Mas foi numa noite dessas que eu chorei porque te fiz chorar.
Eu queria ser uma dessas meninas que têm facilidade em escrever tudo o que sentem,
mas quando eu sinto, evito as escritas — às vezes meu coração mente.
Eu queria ser qualquer garota, sair com um e outro, beijar qualquer boca,
e quem sabe, no final da noite, tirar a última peça de roupa.
Mas daí não seria eu. Eu nunca fui enxergada — mas era isso que eu queria:
não ser necessariamente notada.
E quem sabe eu diria, em uma das minhas poesias, que tudo aconteceu como deveria,
que nada foi forçado, foi como poderia,
que eu não estou exausta — é pura melancolia.
E por um momento questionei se talvez o problema fosse eu.
E por tanto tempo eu questionei...
Mas daí eu entendi que nada do que foi feito realmente foi eu quem causei.
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•°Mágoas mal resolvidas são tão difíceis de curar•°
Em "A dor que não muda de endereço", Aluara Summer se desnuda em palavras que sangram verdades silenciosas. Com uma escrita visceral e confessional, ela expõe feridas que o tempo não cicatrizou, mágoas que insistem em ficar, e a constante sensação de ser estrangeira dentro de si mesma. Entre memórias familiares, amores mal resolvidos e a frustração de não conseguir colocar em palavras tudo o que sente, Aluara entrega um poema que é mais do que literatura — é um desabafo cru de quem sente demais e escreve menos do que gostaria, porque às vezes até o coração mente.
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