Entenda, de uma vez por todas: a sua manicure não é sua terapeuta. O facebook e o instagram não são os melhores ‘ambientes’ para você expor a sua intimidade. O motorista do Uber não é seu terapeuta. A cabelereira não é sua terapeuta. Seu amigo também não é. É terapêutico conversar com as pessoas. Mas é bom estabelecer os limites necessários para que as pessoas que não podem te ajudar, não saibam demais da sua intimidade.
A maioria das pessoas não estão pensando em você ou interessadas na sua vida. Essa é uma realidade que nem sempre nos damos conta. Na realidade, cada um está pensando em seus próprios problemas, concentrado na sua vida, nos seus objetivos. É raro encontrar alguém realmente disposto a entender a sua situação ajudar de alguma maneira. Além disso, informação demais da sua vida nas mãos de gente que não pode te ajudar, não leva você a lugar nenhum.
Claro que, jogar conversa fora e conversar sobre assuntos triviais do nosso cotidiano é saudável. Mas precisamos sempre estar atentos aos limites do que compartilhamos e principalmente com quem estamos compartilhando. Vou expor aqui situações reais que evidenciam o quanto é importante estabelecer níveis de confiança com as pessoas e principalmente a importância de contar com a pessoa certa para abrir os seus tesouros mais íntimos.
Uma pessoa acreditava ter encontrado uma amiga com quem poderia compartilhar bons momentos e dividir os seus segredos. Entretanto, depois de vários anos ela descobriu que a ‘amiga’ não lembrava e nem sabia de boa parte daquilo que já havia sido confidenciado. Aliás, ela tinha o péssimo hábito de ‘deduzir’ as coisas.
Então, depois de um desentendimento e rompida a amizade, a amiga não só contou os segredos que lhe haviam sido confidenciados para várias outras pessoas, como também, aumentou bastante e chegou a inventar algumas histórias. Talvez assim, a história que ela estava contando sobre a sua ‘amiga do passado’ ficasse mais atraente para o público com quem ela estava compartilhando. É minha gente, amizades podem acabar. Normalizem.
A pergunta aqui é: essa ‘amiga’ estava qualificada para ouvir as histórias dessa pessoa? Mesmo que ela demonstrasse empatia e afeto, fica claro que era uma pessoa que não deveria ter acesso a intimidade da vida daquela pessoa que antes era considerada sua amiga.
Outra pessoa vivia conversando no salão de beleza sobre o seu relacionamento. O que ela não sabia é: uma pessoa que trabalhava no referido estabelecimento conhecia alguém interessada no seu namorado. Você já sabe o que aconteceu, não é mesmo? Além disso, outras coisas estavam sendo desconsideradas... E os outros clientes? Estavam todos ouvindo tantas ‘intimidades’ que deveriam permanecer ‘íntimas’. Uma exposição completamente desnecessária.
Agora eu te pergunto: o que você realmente pensa quando vê a intimidade de alguém que você conhece sendo exposta numa rede social? Você tem pensamentos de julgamento? Você se importa de verdade? Manda uma mensagem para tentar apoiar essa pessoa? Ou manda mensagem apenas por curiosidade, para saber mais? Esse é o melhor ambiente para expor a sua vida íntima ou a vida íntima de qualquer outra pessoa?
Como é que você vai buscar conselhos ou ser ouvido por alguém que não está qualificado para isso? Não tem preço ser ouvido sem julgamento, poder conversar abertamente sobre qualquer coisa com alguém que não vai sair por aí compartilhando a sua intimidade, alguém que está realmente disposto a te apoiar. Encontre essa pessoa, faça bem a você mesmo.
Autora: Mônica Reis é mãe de três garotos lindos de viver. Uma pessoa curiosa que gosta de conhecer novos lugares e de ler que é outra forma de viajar. É formada em psicologia e atua no âmbito clínico atendendo jovens e adultos.
Localização: Barra dos Coqueiros-SE.
Instagram: @bymonicareis.
E-mail: [email protected]
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