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Artigo: A resistência cultural nas raízes nordestinas e na literatura contemporânea

Autoria: Escritora Zezé Negrão

14/08/2024 12h53 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação
Fotos - crédito: Zezé Negrão
Fotos - crédito: Zezé Negrão

Temos várias vertentes quando falamos na Resistência Cultural nas Raízes do Nordeste dentro da Literatura Contemporânea.  Em  especial aqui na Bahia, vivendo junto às nossas tradições desde a infância até aos dias de hoje, integrando-nos em vários movimentos culturais em nossa região. Acompanhando a efervescência do nosso povo, que tem nas suas veias o pulsar cultural, assegurando as suas raízes além do seu imaginário. Mesmo com a evolução tecnológica que muitas das vezes nos facilitam  em alguns aspectos as apresentações, as nossas raízes tradicionais resistem há décadas até a nossa época, em virtude desses movimentos culturais que resgatam essas originalidades.  As nossas tradições seculares, que são transferidas de geração a geração, intensificando mais ainda a necessidade de mantermos os registros junto as letras e nas artes, faladas ou visuais, sem contarmos os meios atuais  de comunicação a nosso favor. Porém algo nos preocupa.

 As gerações das décadas de 90 para cá não têm muitos incentivos familiares para conduzir as tradições deixadas  por nossos ancestrais em virtude do tempo. Sobretudo temos uma literatura riquíssima introduzida através das letras e das artes, na música, no  repentismo , na literatura do cordel, no samba de roda, no bumba-meu-boi, nas festas dos vaqueiros, estes  com os seus aboios, as almas de madrugada, folia de reis, exposições em geral e outras, resistem ao tempo da modernidade com muito sacrifício.

Os costumes deixados por nossos ancestrais a cada dia estão se modificando, porém resistindo à evolução dos tempos. Dantes encontrávamos em cada feirinha ou em praças,  sanfoneiros ou as duplas de repentistas cantando ao som do pandeiro, vaqueiros com seus aboios e uma multidão ao  redor para aplaudi-los.  Hoje é raríssimo acontecer, em virtude dos desgastes que nós estamos vivendo, mas, mesmo  com tudo isso resistimos. Uma vez que as pessoas se acomodaram em frente a uma televisão, celulares ou CDs, DVDs, pen-drives o que lhes são mais cômodos. Muito preocupante: Porém; os Nordestinos são um dos povos mais otimistas, criativos, conservadores culturais; um dos povos mais alegres existentes no globo terrestre. Inovam as apresentações, não deixando morrer os valores e princípios , que introduzem nos movimentos populares sejam eles alternativos o melhor que existem em   suas origens. Assim sendo, vamos falar agora de uma cultura centenária do nordeste brasileiro, onde portugueses e indígenas  transformaram a necessidade da imagem personificada do vaqueiro, que faz uso de uma  indumentária apropriada  feita de couro e composta por vários assessórios, dando visibilidade de forma a parecer com um daqueles cavalheiros medievais, quem sabe um (Dom Quixote de La Mancha). 

O vaqueiro é o centro de uma propriedade rural, seu trabalho é árduo e contínuo, passa a maior parte do tempo montado a cavalo, percorrendo a fazenda, fiscalizando as pastagens, as cercas e as aguadas na zona rural. Cabe a ele a condução dos animais onde interage o homem e gado através do seu canto poético intitulado de aboio. Através dessa musicalidade reúne todos os animais e estes lhe seguem em forma a bailar no mesmo ritmo conduzidos ao som daquela melodia. O aboio não é precisamente só para tocar o gado,  é também a orientação de como localizar um companheiro que se perde numa serra, ou se extravia numa caatinga.

O aboio é um canto de origem árabe, surgiu nos campos do deserto na atual região do Oriente Médio por volta  do Século  XI ou , A.C. Aqui no Brasil aconteceram as grandes inovações dentro desta musicalidade que se tornou uma cultura do povo nordestino. Não sabemos a data certa dessa introdução no nordeste brasileiro! Mas baseiam-se sobretudo na época do Brasil Colônia, onde os primeiros fazendeiros europeus surgiram nesta região  e com a necessidade de se comunicar   com os animais implantou esse costume   na caatinga fechada, fundindo a cultura portuguesa com a indígena,  criando naquele habitat as melodias momentâneas para melhor comunicação. Esta cultura não é ensinada nas escolas, é passada de pai para filho, de avô para netos e assim resistiu ao tempo com uma literatura verbal; sendo o mais significativo irradiador sociocultural responsável pela criação de um patrimônio ao longo dos anos, ainda não é   reconhecido, mesmo assim ultrapassou as fronteiras da tecnologia até a contemporaneidade.

Nesse movimento sertanejo em especial no nordeste, surgiu na década de 40 um instrumento de sopro chamado de “berrante,” feito para compor uma condução e assegurar a cultura de nossa gente, seja na área rural ou urbana, o costume surgiu durante a colonização com os tropeiros, comerciantes de animais, no XVII. Não sabemos ao certo de onde surgiu o berrante , já que o costume de produzir  instrumentos de chifres de animais é presente em várias culturas da África, do Oriente Médio, da Europa Escandinava e da Ásia

Para absorvermos melhor a nossa resistência cultural,   muitos boiadeiros, atualmente, abrilhantam com o seu chamamento poético cantado em prosas e versos acompanhado com   os variados toques do berrante, instrumento chamado de sertanejo.   O mesmo, hoje em dia faz parte do trabalho no campo e as apresentações nos movimentos culturais urbanos, sejam eles no Nordeste ou em outras regiões do Brasil,  dando assim maior ênfase  aos costumes e tradições .

Autoria: Zezé Negrão

Sinopse biográfica: Maria José Negrão dos Santos (Zezé Negrão), Bancária Aposentada, Formada em Magistério, Bacharel em Teologia, Mestra e Doutora em Psicanálise Clinica  da Saúde e Educacional.   Escritora, Artista Plástica e Pesquisadora, possui dupla Naturalidade, Itaberaba BA/ Feira de Santana-BA. É mãe do jovem advogado João Gabriel Negrão dos Santos. Comendadora Titular por quatro Instituições nacionais e internacionais.   Três vezes Doutora Honoris Causa outorgadas por Instituições Brasileiras.  Embaixadora por várias Instituições Latina Americanas e Europeias  . Coautora em 54 Antologias a nível Nacional e Internacional, sete delas  em idiomas estrangeiros. Autora do Livro bilíngue português e Inglês infantojuvenil ‘’ A menina que falava com o beija- flor.’’ The girl who talked to the hummingbird, com lançamento oficial no 32º Salão Internacional do Livro em Genebra Suíça e em várias cidades brasileiras, autora do Livro infantojuvenil bilíngue  “ A caipora nos Assustou  “Caipora Scared Us” apresentado em março  de 2024 pela Literarte Kids na EXPOLIB junto com  o desenho animado com a mesma narrativa,  na cidade de Massachusetts em Boston USA, lançamento em breve no Brasil .  Expôs no Louvre em Paris França, Canning House London-UK Inglaterra, El Museo Poeta Javier de La Rosa em Villa de Agaete Ilhas Canarias Espanha, Buenos Aires Argentina, Consulado Brasileiro em Santiago-Chile, Assunção Paraguai, Consulado em Genebra Suíça e em algumas cidades dos estados brasileiros como exemplo: Feira de Santana-BA, Itaberaba/BA, Salvador/BA, Florianópolis SC, Ouro Preto MG, Rio de Janeiro RJ, Niterói RJ Goiânia GO, Fortaleza CE, Recife PE . Membro em diversas Instituições Culturais e Sociais a nível Nacional e Internacional, temos como exemplo : A ALAFS, IHGFS, ACB, AMB, ABLAP, Institut .Cultive Art Littérature Solidarité, Núcleo de Letras e Artes de Portugal e  OMDDH. Detentora de vários Títulos Honoríficos, Medalhas e Troféus em Artes Plásticas, Literatura e Sociais. 

A Editions Cultive  com sede em Genebra Suiça, promoveu o Concurso com o Tema Regional , onde todos os associados mandaram a suas matérias concorrendo ao Prêmio Revue Cultive .O texto classificado,  intitulado de  Resistência Cultural nas Raízes  Nordestinas  e na Literatura Contemporânea, de autoria da  confreira Maria José Negrão, foi  o vencedor, colocando a nossa região em destaque internacional.

Referências: 
Google com/ scarch? q=O 
Google com/scarch? q=on

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Todas as fotos acima - crédito: Zezé Negrão

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