Cá estou pensando nas reticências…
E esse turbilhão de pensamentos me veio quando ouvi, de sua voz doce e melancólica: “tentei ligar, Edi, para que se despedissem dele, mas ninguém atendeu”. Havia mil palavras entaladas em minha garganta, porque nela havia, também, um adeus que não foi dado. Nenhuma palavra saiu. Nenhuma palavra que a confortasse (e acredito que não existem palavras para tal façanha).
Emudeci. Chorei por dentro. E é tão ruim chorar por dentro. Barragens internas fazem estragos muito grandes! Lágrimas foram feitas para serem livres, assim como os sorrisos. Não devemos prendê-las!
Ah! As reticências!!! O que poderia ter feito, o que poderia ter dito… Tudo fica pairando num baile de “ses” e “talvezes”. O abraço não dado! O “eu te amo” não pronunciado! O último olhar! O adeus! A despedida… sem despedida!
Ficamos com o vazio do que poderia ser. Ficamos com os implícitos que se escondem nas reticências. Ficamos…
… com rios inteiros de lágrimas que escorrem pelos olhos e inundam a alma; com uma ausência que se presentifica a cada passo (nos lugares preferidos, nos objetos que usava, nas fotos, nas lembranças).
Ficamos… com o amor — esse sentimento insano que perpassa os mundos e se mantém vivo, mesmo depois da morte!
Autoria: Ediane Schettini
Biografia – Ediane Schettini: Nascida na cidade de Malhada de Pedras, no sertão baiano. Professora de Língua Portuguesa, mestra em Estudos de Linguagens, pela Universidade do Estado da Bahia. Especialista em Libras, pela Faculdade Dom Pedro II. Casada com Diego Schettini. Mãe de Elza e de Bernardo. É apaixonada pelas palavras e por suas múltiplas significações. Escrever, para ela, é descortinar a alma. É devolver ao mundo um pouco do que ele a oferece e que transborda em seu ser. Instagram:@edianeschettini.
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