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Artigo Literatura em alta

Um poema para recordar

Colunista: Escritora Hebe Santos

26/08/2023 08h30 Atualizada há 1 ano
Por: Redação
Colunista: Escritora Hebe Santos
Colunista: Escritora Hebe Santos

Aprorísticamente, se hace imprescindible discurrir acerca de la realidad retratada en esta poesía. Sin margen de dudas, es de público conocimiento que las niñas, aunque estén en etapa pueril, están propensas a ser víctimas de violencia sexual motivada por el género al que pertenecen. Sin embargo, aunque existan, en teoría, es decir, en el papel, leyes que protegen los derechos del niño y del adolescente, esas mismas leyes, muchas veces, no cumplen con el propósito de su existencia, abandonando y dejando a estos seres vulnerables a la merced de sus verdugos. Peor: silencian a quien desea exponer esas realidades con el fin de concienciar a la gente y imponen la no exposición de esas realidades propiamente dichas ante el público, un hecho verdaderamente paradójico. Por ese motivo, a través de un lenguaje infantil y de un razonamiento comedido, limitado por esas leyes que, en la práctica, acogen a los criminales y no a sus víctimas – algo muy recurrente, también, en lo que se refiere a la violación de mujeres–, decidí hablar sobre el abuso sexual de niños menores de 14 años, en lo cual el aclamado coco se encuentra perfectamente configurado en la figura del violador. En este sencillo texto, la inocencia desvelada es manchada por la vileza. Es, por lo tanto, un retrato de los hechos cotidianos omitidos, recurrentes, amordazados.

 

2° Acto

 

Niños

Bailan,

Tranquilos:

 

Lindas golondrinas

Que están a gritar

Sus musiquitas

De do re mi fa.

 

Niños

Juegan,

Tranquilos:

 

Sus muñequitas

Están a comer

Muchas comiditas

Que están por hacer.

 

Niños

Cantan,

Tranquilos:

 

Son tres nenitas

Dicen que son hadas

O que son reinas

Y son muy amadas.

 

Niños

Saltan,

Tranquilos:

 

Y muy divertidos

Dicen tener olor a pies

Y juegan, entretenidos,

De pisar el pie.

 

Niños

Hacen

Silencio:

 

Alguien está cerca,

Pero no saben adónde.

Y algo es seguro:

No es escondite.

 

Niños

Gritan

De la nada:

 

La mano del verdugo

Alcanza la niña.

Ella pierde la voz:

Está inhibida.

 

Niños

Salen

Corriendo:

 

No es cosa poca

Casi el corazón

Salta por la boca

Es el tal coco.

 

Nota: algunas rimas, en portugués, no encuentran equivalencia en español porque, debido a que el texto es una traducción de um original escrito en lengua portuguesa, mucho se pierde en términos de calidad. Además, hay palabras que sólo existen en su idioma original, indubitablemente. Cirandinha y papão fueron reemplazadas por musiquita y coco ( podría ser el hombre del saco – o homem do saco). Sin embargo, no tienen la misma fuerza semántica. Lo que importa, aquí, es el intento de transmitir, con palabras, la realidad de muchos niños alrededor del mundo.

 

 

Aprorísticamente, faz-se imprescindível discorrer sobre a realidade retratada nesta poesia. Sem margem para dúvidas, é de conhecimento público que as meninas, ainda que em fase pueril, estão propensas a serem vítimas de violência sexual motivada pelo gênero a que pertencem. Contudo, embora haja, em tese, isto é, no papel, leis que resguardam os direitos da criança e do adolescente, essas mesmas leis, muitas vezes, não realizam o propósito de sua existência, desamparando e  deixando esses seres vulneráveis a mercê de seus algozes. Pior: silenciam quem deseja expor essas realidades a fim de conscientizar pessoas e impõem a não exposição dessas realidades propriamente ditas perante o público, um fato verdadeiramente paradoxal. Por esse motivo, através de uma linguagem infante e de um raciocínio contido, limitado por essas leis que, na prática, acolhem os criminosos e não suas vítimas – algo muito recorrente, também, no que tange ao estupro de mulheres – resolvi discorrer sobre o abuso sexual de menores de 14 anos em que o aclamado bicho papão está perfeitamente configurado na figura do violador. Neste simplório texto, a inocência desvelada é manchada pela vileza. Trata-se, pois, de um retrato fiel dos fatos diários omitidos, recorrentes, amordaçados.

 

2° Ato

 

Crianças

Bailam,

Tranquilas:

 

Lindas andorinhas

Que estão a gritar

Suas cirandinhas

De dó ré mi fá.

 

Crianças

Brincam,

Tranquilas:

 

Suas bonequinhas

Estão a comer

Muitas comidinhas

Que estão a fazer.

 

Crianças

Cantam,

Tranquilas:

 

São três garotinhas.

Dizem que são fadas

Ou que são rainhas

E são muito amadas.

 

Crianças

Pulam,

Tranquilas:

 

E, bem divertidas,

Dizem ter chulé.

E brincam, entretidas,

De pisar no pé.

 

Crianças

Fazem

Silêncio:

 

Alguém está perto,

Mas não sabem onde.

E algo é certo:

Não é esconde-esconde.

 

Crianças

Gritam

Do nada:

 

A mão do algoz

Alcança a menina.

Ela perde a voz:

Está inibida.

 

Crianças

Saem

Correndo:

 

Não é coisa pouca,

Quase o coração

Salta pela boca:

É o tal papão …

 

Nota: algumas rimas, em português, não encontram equivalência em espanhol porque, pelo fato de o texto ser uma tradução de um original escrito em língua portuguesa, perde-se muito em termos de qualidade. Ademais, há palavras que só existem em seu idioma original, indubitavelmente. Cirandinha e papão foram, portanto, substituídas por musiquita e coco ( poderia ser o homem do saco…). Não apresentam, porém, a mesma força semântica. O que vale, aqui, é o intento de transmitir, com palavras, a realidade de muitas crianças ao redor do mundo.

 

Biografia - Hebe Santos é uma escritora brasileira que publicou, graças aos processos seletivos nacionais e internacionais em que foi aprovada, contos e poemas. Através da Andross Editora, estreou como contista e poeta ao participar de quatro antologias coletivas. Depois, ganhou mais visibilidade graças às revistas Subversa, Innombrable e Inversos. Ademais, foi selecionada pelas editoras Elemental Editoração, Pindorama e pelo projeto Poesia na Escola. Possui mais de vinte obras publicadas. Atualmente, mora na Argentina. É formada em Letras, Língua Portuguesa.

 

 

 

 

 

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