Aprorísticamente, se hace imprescindible discurrir acerca de la realidad retratada en esta poesía. Sin margen de dudas, es de público conocimiento que las niñas, aunque estén en etapa pueril, están propensas a ser víctimas de violencia sexual motivada por el género al que pertenecen. Sin embargo, aunque existan, en teoría, es decir, en el papel, leyes que protegen los derechos del niño y del adolescente, esas mismas leyes, muchas veces, no cumplen con el propósito de su existencia, abandonando y dejando a estos seres vulnerables a la merced de sus verdugos. Peor: silencian a quien desea exponer esas realidades con el fin de concienciar a la gente y imponen la no exposición de esas realidades propiamente dichas ante el público, un hecho verdaderamente paradójico. Por ese motivo, a través de un lenguaje infantil y de un razonamiento comedido, limitado por esas leyes que, en la práctica, acogen a los criminales y no a sus víctimas – algo muy recurrente, también, en lo que se refiere a la violación de mujeres–, decidí hablar sobre el abuso sexual de niños menores de 14 años, en lo cual el aclamado coco se encuentra perfectamente configurado en la figura del violador. En este sencillo texto, la inocencia desvelada es manchada por la vileza. Es, por lo tanto, un retrato de los hechos cotidianos omitidos, recurrentes, amordazados.
2° Acto
Niños
Bailan,
Tranquilos:
Lindas golondrinas
Que están a gritar
Sus musiquitas
De do re mi fa.
Niños
Juegan,
Tranquilos:
Sus muñequitas
Están a comer
Muchas comiditas
Que están por hacer.
Niños
Cantan,
Tranquilos:
Son tres nenitas
Dicen que son hadas
O que son reinas
Y son muy amadas.
Niños
Saltan,
Tranquilos:
Y muy divertidos
Dicen tener olor a pies
Y juegan, entretenidos,
De pisar el pie.
Niños
Hacen
Silencio:
Alguien está cerca,
Pero no saben adónde.
Y algo es seguro:
No es escondite.
Niños
Gritan
De la nada:
La mano del verdugo
Alcanza la niña.
Ella pierde la voz:
Está inhibida.
Niños
Salen
Corriendo:
No es cosa poca
Casi el corazón
Salta por la boca
Es el tal coco.
Nota: algunas rimas, en portugués, no encuentran equivalencia en español porque, debido a que el texto es una traducción de um original escrito en lengua portuguesa, mucho se pierde en términos de calidad. Además, hay palabras que sólo existen en su idioma original, indubitablemente. Cirandinha y papão fueron reemplazadas por musiquita y coco ( podría ser el hombre del saco – o homem do saco). Sin embargo, no tienen la misma fuerza semántica. Lo que importa, aquí, es el intento de transmitir, con palabras, la realidad de muchos niños alrededor del mundo.
Aprorísticamente, faz-se imprescindível discorrer sobre a realidade retratada nesta poesia. Sem margem para dúvidas, é de conhecimento público que as meninas, ainda que em fase pueril, estão propensas a serem vítimas de violência sexual motivada pelo gênero a que pertencem. Contudo, embora haja, em tese, isto é, no papel, leis que resguardam os direitos da criança e do adolescente, essas mesmas leis, muitas vezes, não realizam o propósito de sua existência, desamparando e deixando esses seres vulneráveis a mercê de seus algozes. Pior: silenciam quem deseja expor essas realidades a fim de conscientizar pessoas e impõem a não exposição dessas realidades propriamente ditas perante o público, um fato verdadeiramente paradoxal. Por esse motivo, através de uma linguagem infante e de um raciocínio contido, limitado por essas leis que, na prática, acolhem os criminosos e não suas vítimas – algo muito recorrente, também, no que tange ao estupro de mulheres – resolvi discorrer sobre o abuso sexual de menores de 14 anos em que o aclamado bicho papão está perfeitamente configurado na figura do violador. Neste simplório texto, a inocência desvelada é manchada pela vileza. Trata-se, pois, de um retrato fiel dos fatos diários omitidos, recorrentes, amordaçados.
2° Ato
Crianças
Bailam,
Tranquilas:
Lindas andorinhas
Que estão a gritar
Suas cirandinhas
De dó ré mi fá.
Crianças
Brincam,
Tranquilas:
Suas bonequinhas
Estão a comer
Muitas comidinhas
Que estão a fazer.
Crianças
Cantam,
Tranquilas:
São três garotinhas.
Dizem que são fadas
Ou que são rainhas
E são muito amadas.
Crianças
Pulam,
Tranquilas:
E, bem divertidas,
Dizem ter chulé.
E brincam, entretidas,
De pisar no pé.
Crianças
Fazem
Silêncio:
Alguém está perto,
Mas não sabem onde.
E algo é certo:
Não é esconde-esconde.
Crianças
Gritam
Do nada:
A mão do algoz
Alcança a menina.
Ela perde a voz:
Está inibida.
Crianças
Saem
Correndo:
Não é coisa pouca,
Quase o coração
Salta pela boca:
É o tal papão …
Nota: algumas rimas, em português, não encontram equivalência em espanhol porque, pelo fato de o texto ser uma tradução de um original escrito em língua portuguesa, perde-se muito em termos de qualidade. Ademais, há palavras que só existem em seu idioma original, indubitavelmente. Cirandinha e papão foram, portanto, substituídas por musiquita e coco ( poderia ser o homem do saco…). Não apresentam, porém, a mesma força semântica. O que vale, aqui, é o intento de transmitir, com palavras, a realidade de muitas crianças ao redor do mundo.
Biografia - Hebe Santos é uma escritora brasileira que publicou, graças aos processos seletivos nacionais e internacionais em que foi aprovada, contos e poemas. Através da Andross Editora, estreou como contista e poeta ao participar de quatro antologias coletivas. Depois, ganhou mais visibilidade graças às revistas Subversa, Innombrable e Inversos. Ademais, foi selecionada pelas editoras Elemental Editoração, Pindorama e pelo projeto Poesia na Escola. Possui mais de vinte obras publicadas. Atualmente, mora na Argentina. É formada em Letras, Língua Portuguesa.
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